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14/01/2011
Papel de parede volta a ganhar espaço na decoração!
Assim como a moda, a decoração também funciona em ciclos. Materiais, cores e formatos que estavam abandonados há anos podem a qualquer momento ressurgir do fundo de algum baú e se tornar a coqueluche de uma estação. Quem poderia imaginar a volta da ombreira ou do balonê? No embalo dessa mesma regra do "eterno retorno", eis que ressurge, com força total, resgatado dos anos 60 e 70, o papel de parede.
Depois de um período de domínio da pátina e texturizações, agora é a vez do papel ocupar o lugar de prestígio que já teve na decoração de ambientes internos. Pelo menos é nisso que apostam arquitetos, decoradores e empresas do setor.
Nos últimos anos, a Bobinex, fabricante nacional em atividade desde meados da década de 60, tem engordado seu catálogo que hoje conta com mais de 300 opções de produtos. Em 2009, a empresa modernizou esse mostruário com uma linha assinada pelo designer Marcelo Rosenbaum, que prima pelas cores fortes e pelos grafismos. E no início deste ano, colocou no mercado uma nova leva de papéis, desta vez mais "comportados" (voltados para o público masculino, segundo afirma a assessoria da marca), em que dominam texturas naturais e cores como o nude – esse bege que dominou a moda e também quer se impor na decoração.
Para o arquiteto Leonardo Junqueira, a volta do papel de parede se explica pelo fato de esse material atender a um desejo do público contemporâneo de quebrar com a monotonia: "O papel é dinâmico e permite que você rapidamente mude a cara de um ambiente, com padrões que são muito difíceis de reproduzir, por exemplo, em pintura", diz.
A praticidade e variedade de produtos é também um ponto a favor do papel de parede, na visão do arquiteto Alberto Lahós. "O papel dá muita liberdade de criação para o decorador e permite muitas possibilidades. Além disso, a aplicação é prática e ele pode durar mais do que pintura".
Os papéis de parede permitem mudar um ambiente num "vapt-vupt" e oferecem uma ampla gama de opções, mas, para além das questões práticas e tecnológicas, a arquiteta Deborah Roig acredita que esse ressurgimento se explica por um desejo muito atual de se buscar conforto nas memórias. "O papel traz uma coisa meio decô, um ar meio vintage, uma lembrança de um outro tempo", pondera.
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